domingo, 21 de fevereiro de 2010

CIDADÃO (Com licença poética)

Participei desta construção
Com muito orgulho e alegria
Porém acordar cedo e morar longe
Eram barreiras que eu enfrentaria.

Hoje, ao admirar este prédio
Ninguém é capaz de imaginar
O quanto de esforço e sacrifício
Que por ele, tive que suportar.

Ao ver o gigante levantado
Eu fico  aqui a sonhar
Como será que vivem
Os que fizeram dele, o seu lar?

É uma pena que do lado de fora
Nada se pode avistar
E também da portaria
Eu nem posso me aproximar.

Nem saberão que eu sou o pedreiro
Mas não sou bem-vindo lá
Se ladrão ou se mendigo
A distância devo me conservar.

Assim também a linda escola
Que sofri para construir
Lá, as crianças entram sorrindo
Mas os meus, não podem ir.

A igreja, sim dá gosto
De nela entrar, ajoelhar  e orar
Lá sempre serei bem recebido
Na família de Deus encontrei o meu lar!

Um comentário:

Celso Ramos disse...

Olá Rose!
Sua poesia mostra de forma singela o que um filósofo já apontava como uma mazela da sociedade moderna!!! Karl Marx, em suas investigações foi quem denunciou a exploração de muito por poucos. Aqueles que detinham os meios de produção alugavam a força de trabalho, único bem que o trabalhador possuia. Ao final de tudo o que ganhava, por mês, não dava pra pagar nem duas duzias de
tijolos para sua própria casa...as coisas não mudaram muito. Quero acreditar que a igreja da qual você fala não é mais aquela de alvenaria, feita de tijólos...como diz João Alexandre; " Deus não habita mais em templos feitos por mãos de homens".
Abraços.
Celso Ramos